“Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos. Aquele que é ouvinte da palavra, e não praticante, é semelhante ao homem que olha num espelho o seu rosto natural; (que tem desde o nascimento). E, depois de olhar para si mesmo, sai, e logo se esquece de como era sua aparência”. ( Tiago 1:22-24 )
Bom dia amados!!
Há um bom tempo Deus tem falado em meu coração sobre essa passagem de Tiago 1:22-24. E hoje quero compartilhar um pouco sobre o que aprendi com esses versículos tão poderosos.
No primeiro versículo (22), o autor descreve que aquele que houve e não pratica, mente para si mesmo.
Ou seja, a bíblia nos mostra claramente que ainda que sejamos frequentadores de igreja, se não praticamos o que ouvimos, nossa vida espiritual é uma grande mentira que contamos para nós e para outros.
O motivo pelo qual fazemos isso vem descrito no versículo abaixo, quando ele compara quem ouve e não pratica a alguém que olha no espelho seu reflexo, sua aparência natural, o rosto que tem desde o nascimento. A palavra de Deus é como um espelho que nos revela os próprios pensamentos e intenções de nossos corações. Veja o que Hebreus 4:12 diz:
“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”. ( Hebreus 4:12 ).
Porém no versículo 24, este homem após olhar para si mesmo, retira-se, e logo esquece do que viu.
Ou seja, mesmo tendo sido revelado o que ele precisa mudar, melhorar, não considera o que lhe foi mostrado, mas prefere ficar no engano e ir cobrindo ou justificando suas falhas e deficiências, e continua fazendo as coisas da mesma maneira.
Isso porque essa pessoa parte do princípio: “o que os olhos não veem, o coração não sente”. Aquilo que é invisível, não causa desconforto e, mesmo que seja passível de correção, o que não é visto, não é necessário esforço para o ajuste.
Porém ao longo da vida esse hábito de mentir para si mesmo tem consequências desastrosas.
A pessoa que ouve mas não pratica está farta de saber que tem compromissos espirituais para com Deus, com a família, com o próximo, com a igreja e consigo mesmo, mas vai deixando de lado, adiando os suas obrigações uma após a outra, vai se enganando dia após dia.
Promete para si mesma que vai começar, mas nunca começa. Arruma tempo, energia e recursos para tudo, menos para os seus compromissos espirituais, assim, de engano em engano, a pessoa vai levando uma vida cristã falsa, até o dia em que essa mentira cresceu tanto, que se tornou tarde demais.
Então ela vive frustrada, com sentimento de estagnação, fica ressentida porque acha que Deus só abençoa os outros e não ela, e logo começa a julgar quem a rodeia, terceirizar suas obrigações, e culpar tudo e todos pelo seu fracasso.
É uma pessoa que vive em cima do muro, sem coragem para “ser do mundo” por medo do inferno, mas também sem temor o suficiente para se arrepender e se esforçar para se corrigir e viver a luz da Palavra.
A pessoa sofre de infelicidade crônica, pois vive na prova, no sofrimento, na ansiedade, na angústia. Vive em constantemente aflito e abatido, e sua identidade é de derrota. Está sempre em conflito, dúvida, incerteza, com vontade de jogar tudo para o alto e desistir de seus sonhos e anseios.
E essa “amnésia espiritual” faz com que dia a pós dia a pessoa continue desprezando o ensinamento que lhe é passado, afastando-se cada vez mais da verdade e do propósito que o Senhor lhe confiou.
Talentos e dons ficam enterrados, e sonhos são perdidos. A amargura e tristeza tomam o lugar da esperança e da fé.
O amor de Deus passa a ser uma realidade cada vez mais distante e a religiosidade fica mais latente, em seu desespero em manter a aparência de cristão diante da sociedade e de se sentir melhor consigo mesmo.
Então meus amados minha oração hoje por todos nós é que tenhamos busquemos amar o Senhor acima das nossas vidas, para que sejamos impulsionadas pelo temor a praticar a Palavra de forma integral, sem medir esforços para não cairmos no engano de mentir para nos mesmos que está tudo bem.
Que sejamos testemunhos verdadeiros da transformação do Evangelho e do amor de Deus, sem máscaras, vivendo uma vida digna de sermos referência como filhos de Deus, e exemplo para a geração que estamos inseridos.
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