“Quando João no cárcere, ouviu falar das obras de Cristo, mandou que seus discípulos fossem perguntar:
—Você é aquele que estava para vir ou devemos esperar outro?
Então Jesus lhes respondeu:
— Voltem e anunciem a João o que estão ouvindo e vendo: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificador, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres está sendo pregado o evangelho. E bem aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço.” ( Mateus 11:2-6 )
Na Palavra de hoje, quero abordar um assunto extremamente pertinente o qual eu creio que todos nós, já experimentamos em algum momento da nossa vida cristã.
Ao lermos a história de João Batista, podemos perceber que dentre os homens daquela época ninguém reconhecia Jesus como o messias, da forma como João o fazia.
Maria foi visitar sua prima Isabel logo após receber a mensagem do anjo Gabriel de que ela estava grávida de Jesus.
Maria podia estar com 1 ou 2 meses de gravidez, isso não fica claro.
O fato é que ao saudar Isabel, a Bíblia diz que o bebê de 6 meses (João Batista), agitou-se de alegria em seu ventre, e Isabel ficou plena do Espírito Santo.
E Isabel conta a Maria: “no mesmo instante em que a tua voz de saudação chegou aos meus ouvidos, o bebê que está em meu ventre agitou-se de alegria.”
Vemos então que desde a sua formação João reconhecia Jesus como o Salvador.
João tinha uma missão muito bem estabelecida, que era preparar o caminho para o mestre, pregando o batismo de arrependimento para remissão de pecados.
Ele era ousado em suas palavras e completamente o oposto dos religiosos da época. A Bíblia diz que ele não se vestia de acordo com o costume dos sacerdotes – seu comportamento também não era nada convencional para alguém que se dizia mensageiro do Senhor (ele andava no deserto, vestia roupas feitas de pele de camelo e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre).
Enfim, o ponto que quero chegar, é que apesar deste ter tido pouco contato com Jesus, cria completamente que Ele era filho do Deus vivo. Afinal, ele mesmo havia batizado Jesus e testemunhado o próprio Pai O abençoando e o Espírito Santo se manifestando em forma de pomba, naquele momento. Sua convicção em Jesus e em seu ministério eram tão grandes que ele foi capaz de dedicar sua vida, sua reputação e sua segurança pessoal para preparar o caminho para Jesus. João estava convicto de sua missão e nada podia pará-lo.
O único problema é que João conhecia mais Jesus de ouvir falar através dos antigos profetas, do que pessoalmente. Ele cria nas profecias mas não tinha uma relação íntima com seu Salvador. Aquela experiência do batismo, não era o suficiente para ele conhecer intimamente o caráter daquele que ele preparou o caminho.
Ele acreditava que Jesus viria para estabelecer imediatamente o reino messiânico, julgar aquele povo, realizar pronta justiça e elevar a nação de Israel ao seu pleno objetivo. E para a decepção de Joao Jesus não fez nada disso.
Jesus veio e lidou com a solução do problema do pecado estabelecendo o mandamento do amor.Ele ensinou, curou, exortou, perdoou e manifestou plenamente a vontade de Deus para os homens na terra.
Então João acabou por se frustrar e questiona se Jesus era realmente aquele quem havia sido anunciado.
E sabe meus amados, quantas vezes na vida agimos como João?
Quantas vezes nos decepcionamos com Deus, porque temos uma ideia errada de quem Ele é. Nos decepcionamos quando as coisas não acontecem como esperávamos, questionamos seus caminhos.
Isso devido ao fato de O conhecemos muito de ouvir falar, mas sermos carentes de um relacionamento íntimo com o Senhor.
Acreditamos que nossas poucas experiências com Jesus, nos torna capazes de ter uma relação profunda com Ele. Até mesmo crentes já batizados, atuantes em suas igrejas ficam tentados a questionar os acontecimentos em sua vida porque baseiam sua relação com o Senhor naquilo que ouviram o pastor pregar sobre Ele.
Porém esquecem que ministério não é sinônimo de intimidade. Você pode ter um chamado e estar convicto de seu propósito, mas ainda assim ter expectativas irreais sobre o caráter de Deus, simplesmente por não conhecê-lo como deveria.
Uma relação verdadeira e segura não se baseia em meras experiências, em achismos ou naquilo que outros dizem a respeito de alguém.
Um relacionamento assim, precisa de tempo para descobrir como o outro realmente é. Ao nos abrirmos, passamos a estreitar laços e saber de verdade o que esperar da pessoa com a qual estamos nos relacionando.
Raciocine comigo, quando conhecemos alguém pela primeira vez, não temos a mínima ideia de quais atitudes esperar de tal indivíduo.
Se anteriormente ouvimos falar bem, julgamos que ela terá boas atitudes. Se ouvimos falar mal, ficamos desconfiados e até que esta nos dê provas do contrário, não iremos desejar um aproximação. Ainda mais se tivermos poucas oportunidades de contato. Aí sim que julgaremos baseados no que nos fora dito antes.
Com Deus não é diferente. Por isso é essencial conhece-lo através da Palavra.
Devemos priorizar um tempo todos os dias para desenvolver intimidade e um relacionamento sólido com o Pai. Aos poucos passamos a entender quem Ele é, o que podemos e devemos esperar Dele. Porém entenda que jamais teremos a capacidade de entender a Deus através de nossos sentimentos, ou da nossa carne.
É através do Espírito Santo, que é quem nos revela o caráter e a vontade do Pai para nossa vida. Os assuntos espirituais só podem ser compreendidos através do espírito, jamais com a nossa razão.
Quem conhece a Deus verdadeiramente, discerne tempos, estações, os acontecimentos a sua volta e a si mesmo- pois a medida que Ele se revela a nós, também somos revelados Nele. Descobrimos coisas sobre nós mesmos, que jamais imaginaríamos. Este é um dos motivos pelo qual Jesus disse: “bem aventurado é quem não achar em mim motivo de tropeço.”
Por isso, antes de ficar tentado a questionar e duvidar do Senhor, estreite seus laços, leia sua bíblia diariamente e estabeleça uma rotina priorizando um tempo para conversar com Ele. Permita que Ele se revele, tenha suas próprias experiências e prove do seu infinito, perfeito e maravilhoso amor.
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